As características da rádio como meio de comunicação de massa fazem com que seja especialmente adequada para a transmissão da informação, podendo esta ser considerada a sua função principal: ela tem condições de transmitir a informação com mais rapidez do que qualquer outro meio.
A rádio foi o primeiro dos meios de comunicação de massa que deu imediatismo à notícia devido à possibilidade de divulgar os factos no exacto momento em que ocorrem. Permitiu que o Homem se sentisse participante de um mundo muito mais amplo do que aquele que estava ao alcance dos seus órgãos sensoriais: mediante uma ampliação da capacidade de ouvir, tornou-se possível saber o que está a acontecer em qualquer lugar do mundo (Beltrão, 1968).
Entre os meios de comunicação de massa, a rádio é o mais popular e o de maior alcance público, constituíndo-se, muitas vezes, no único a levar a informação para populações de vastas regiões que ainda hoje não têm acesso a outros meios, seja por motivos geográficos, económicos ou culturais. "Este status foi alcançado por dois factores congregados: o primeiro, de natureza fisico-psicológica - o facto de ter o Homem a capacidade de captar e reter a mensagem falada e sonora simultaneamente com a execução de outra actividade que não a especificamente receptiva; o outro, de natureza tecnológica - a descoberta do transitor" (Beltão,1968 p:112,113).
Uma das grandes vantagens da rádio sob o jornalismo impresso é que, além de informar, diverte. Além disso vence a distância sem que o repórter necessite sair do próprio local do acontecimento para transmitir notícias e está ao alcance de todos, inclusivé dos iletrados.
Dos restantes meios de comunicação de massas, a rádio é o mais privilegiado devido às suas características intrínsecas. Entre elas podemos destacar a linguagem oral, a mobilidade, o baixo custo, o imediatismo e a instantaneidade, a sensorialidade, a autonomia e a penetração (Lopes, s.d.).
No que se refere à linguagem convém realçar que, na informação radiofónica, ela é simples e caracterizada pela repetição de conceitos de modo a que o ouvinte possa assimilar a ideia que se pretende comunicar. Eliminar o supérfluo para não desvirtuar o significado da mensagem tornou-se um imperativo. Assim, a naturalidade de expressão prevalece em detrimento das palavras confusas e das frases complicadas, isto para que o ouvinte não se sinta forçado a esforços superiores à sua compreensão normal.
Numa emissão informativa todas as mensagens devem estar condicionadas a um ritmo. A harmonia dá-a o locutor que frequentemente utiliza separadores musicais ou ruídos com efeitos equivalentes aos parágrafos. Todo esse mosaico permite uma variedade que corta a monotonia da linguagem e, simultaneamente, retém a atenção do ouvinte (Meditsch,1999).
A rádio "fala" e, para receber a mensagem, é somente necessário ouvir. Portanto, a rádio tem uma grande vantagem sobre os veículos impressos: é que, entre o público radiofónico, pode estar incluído a faixa da população analfabeta que no caso do jornalismo impresso está eliminada à priori. Relativamente à televisão, o espectador também não precisa saber ler, apesar de cada vez mais, o alfabeto ser utilizado para veicular informações adicionais importantes que escapam ao iletrado, nomeadamente o nome do entrevistado e o local do acontecimento.
No que concerne à mobilidade, esta pode ser vista sob o prisma do emissor e do receptor.
Sendo menos complexa tecnicamente do que a televisão, a rádio pode estar presente com mais facilidade no local dos acontecimentos e transmitir as informações mais rapidamente do que a televisão (Lopes, s.d.).
Em comparação com a imprensa, a rádio reúne inúmeras vantagens, principalmente na emissão. As suas mensagens não requerem, necessariamente, preparo anterior podendo ser elaboradas enquanto estão a ser transmitidas. Além disso, a rádio elimina o aspecto crucial da distribuição: quem estiver predisposto a ouvir rádio, está apto a receber a informação com a utilização das unidades móveis de transmissão, as emissoras praticamente se deslocam, podendo emitir de qualquer lugar dentro do seu raio de acção.
Por sua vez, o receptor está livre de fios e tomadas. Por um lado, a rádio permite ao ouvinte conhecer a actualidade mundial sem sair de casa, por outro, pode conhecê-la durante uma viagem, no carro ou no trabalho. As características do rádio como meio de comunicação de massa fazem com que ele seja especialmente adequado para a transmissão da informação, que pode ser considerada como a sua função principal: a rádio tem condições de transmitir a informação com mais rapidez do que qualquer outro meio.
O tamanho diminuto de um receptor de rádio torna-o facilmente transportável permitindo, inclusive, uma recepção individualizada em lugares públicos. É, pois, o baixo custo do aparelho receptor que permite a sua aquisição a uma parcela extremamente vasta da população.
Na rádio, os factos podem ser transmitidos no instante em que ocorrem. Por isso, o imediatismo e a instantaneidade são as características básicas do radiojornalismo (Meditsch, 1999).
O aparato técnico para a transmissão é menos complexo que o da televisão e não exige a elaboração necessária dos impressos. A rádio permite trazer o mundo ao ouvinte enquanto os acontecimentos se desenrolam. A mensagem tem que ser recebida no momento em que é transmitida, caso contrário deixa de fazer sentido. Se o ouvinte não estiver exposto ao meio naquele instante, a mensagem não o atingirá e não é possível deixar para ouvir a mensagem em condições mais adequadas.
No que se refere à sensorialidade, a rádio envolve o ouvinte fazendo-o participar por meio de criação de um "diálogo mental" com o emissor. Em simultâneo, desperta a imaginação através da emocionalidade das palavras e dos recursos de sonoplastia, permitindo que as mensagens tenham nuances individuais.
Devido à sua autonomia, a rádio deixou de ser um meio de recepção colectiva e tornou-se individualizado. Esta característica permite ao emissor falar para toda a sua audiência como se falasse para cada ouvinte em particular. Com a actividade de ouvir podem desenvolver-se outras tarefas e, por isso, a rádio torna-se um "pano de fundo" em qualquer ambiente, despertando a atenção do ouvinte quando a mensagem é do seu interesse. Com a rádio podemos ouvir as notícias ao mesmo tempo que efectuamos outros trabalhos, o mesmo já não acontece com o telejornal televisivo se pretendermos associar a notícia à sua respectiva imagem.
No que se refere à penetração, em termos geográficos o rádio é o mais abrangente dos meios, podendo chegar aos pontos mais remotos e ser de alcance nacional ou mundial. A rádio é um «veículo de alcance universal, que pode levar a sua mensagem a qualquer parte do globo, no mesmo instante unindo populações antípodas - o rádio entretanto é de natureza eminentemente regional, quanto à sua principal audiência» (Beltrão,1968 p:114).
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