quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Crônica de Carlos Drummond de Andrade

"Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual".

Um comentário:

  1. Com um lindo salto
    Leve e seguro
    O gato passa
    Do chão ao muro
    Logo mudando
    De opinião
    Passa de novo
    Do muro ao chão
    E pisa e passa
    Cuidadoso, de mansinho
    Pega e corre, silencioso
    Atrás de um pobre passarinho
    E logo pára
    Como assombrado
    Depois dispara
    Pula de lado
    Se num novelo
    Fica enroscado
    Ouriça o pêlo, mal-humorado
    Um preguiçoso é o que ele é
    E gosta muito de cafuné

    (0 Gato - Vinícius de Moraes)

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